Crítica: Os Vingadores – The Avengers

“E então chegou um dia, um dia como nenhum outro, quando os heróis mais poderosos da Terra se encontraram unidos diante de uma ameaça em comum, para combater os vilões que nenhum super-herói poderia enfrentar sozinho. Neste dia, os Vingadores nasceram!”

Esse dia já havia chegado aos quadrinhos há quase 50 anos, conquistando fãs desde aquela época (e cada vez mais e mais). Esse mesmo dia chegou as TV’s diversas vezes, normalmente através de animações e home-videos.

Mas eis que chega esse dia, um dia como nenhum outro, quando os heróis mais poderosos da Terra se encontram unidos mais uma vez… só que agora nos cinemas!

Confiram agora a crítica desse que é um dos filmes mais esperados de todos os tempos: Os Vingadores – The Avengers.

Sem mais delongas: Avante Vingadores!

(ps: o texto a seguir não contêm spoilers sobre o filme, apenas uma análise crítica. Se for curioso e quiser conferir o que acontece no filme, clique AQUI e verá essa mesma crítica só que com “material extra”.)

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SINOPSE:

Dar uma sinopse de Os Vingadores é, ao mesmo tempo, uma tarefa muito fácil e muito difícil. Fácil porque a historia do filme é simples, e difícil porque envolve histórias previamente contadas…

Mas, buscando uma forma bem simplicista para se contar a história, podemos dizer que Os Vingadores conta uma história de heróis. Heróis esses extremamente diferentes entre si, cada um com sua própria jornada, seus próprios dilemas e seus próprios códigos de conduta. Mas que, diante de um inimigo que coloca em risco a segurança de toda a humanidade, esses heróis encontram-se obrigados a lutar lado-a-lado, como uma equipe, por um bem maior. (Sim, não existe sinopse melhor para o filme do que o texto clássico da super-equipe que comecei essa crítica).

A história tem seu início pouco depois do trecho pós-crédito de Thor, onde o Dr.Selving (Stellan Skarsgard) concorda em pesquisar sobre o “cúbico cósmico” que a S.H.I.E.L.D. tem em posse desde o fim da segunda guerra (como visto em Capitão América – O Primeiro Vingador). Aqui, o mesmo doutor já tem pesquisas avançadas sobre o artefato (que descobrimos se chamar Tesseract): descobre-se que o cubo é uma ferramenta que abre passagens para outros mundos. Mas, o que ninguém esperava, é que esse cubo abrisse um portal para que Loki (Tom Hiddleston), o maligno deus asgardiano (que estava desaparecido até então), voltasse para nosso mundo, trazendo uma grande sombra…

Com a ameaça eminente, Nick Fury (Samuel L. Jackson), o espião dos espiões e líder da S.H.I.E.L.D., decide colocar em prática o projeto Iniciativa Vingadores. E nesse ponto o superespião, ao lado de sua braço-direito, a agente Maria Hill (Cobie Smulders) e do agente Phil Coulson (Clark Gregg), vão atrás daqueles capazes de combater o inimigo… E é aqui que Capitão América (Chris Evans), Homem de Ferro (Robert Downey Jr.), Thor (Chris Hemsworth), Hulk (Mark Ruffalo), Viúva Negra (Scarlett Johansson) e Gavião Arqueiro (Jeremy Renner) entram em cena.

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ANÁLISE:

Não é novidade nenhuma que Os Vingadores é uma obra baseada em material externo né? Espero que nesse ponto todos saibam que cada um desses heróis, e o próprio supergrupo, vieram do universo dos quadrinhos.

A revista dos Vingadores foi criada pelo mestre Stan Lee (“pai” dos principais heróis do mundo) e Jack Kirby (também um dos principais nomes dos quadrinhos) em 1963. Na revista, conhecida apenas como The Avengers #1, os heróis Homem de Ferro, Thor, Homem-Formiga, Vespa e Hulk se unem em uma ação inesperada para combater o deus da trapaça Loki. A partir dali muitas formações diferentes e sagas épicas aconteceram. Desde batalhas contra raças alienígenas até combate a forças místicas, passando por batalhas entre os próprios heróis e contra os mais diversos super-vilões. Mas uma coisa nunca mudaria: Não importa o que acontecesse, os Vingadores era um grupo unido pelo destino e, mesmo sem saber algumas vezes, sempre prontos para combater qualquer que fosse a ameaça. Esse é o espirito dos Vingadores aonde quer que se reúnam, e não é diferente do filme.

Mesmo aqui em que o grupo foi “reunido” pelo Nick Fury, chega um ponto, quando finalmente eles têm de se tornar uma equipe de verdade, em que apenas a necessidade é o motivo da reunião, e é só nesse momento em que realmente se tornam os Vingadores. E esse é um trabalho que merece ser aplaudido pelo diretor e roteirista do filme: Joss Whedon.

Ele é conhecido por muitos como o criador de séries de sucesso, como Buffy – A Caça Vampiros e seu spin-off (série derivada) Angel. Também é o criador da série de ficção científica Firefly (e do filme derivado Serenity). O que nem tantos sabem é que ele também é o escritor de uma das melhores séries dos X-Men, conhecida como Os Surpreendentes X-Men (ou Astonishig X-Men originalmente). Muitos duvidavam do trabalho de Whedon, aliás, muitos duvidavam do filme. Afinal de contas, como conseguiriam colocar tantos personagens em cena sem que um único tomasse a frente para ser “o principal”? Como, depois de dois filmes do Homem de Ferro, um do Thor, do Capitão e do Hulk, personagens “secundários” como a Viúva Negra e o Gavião Arqueiro poderiam ter alguma relevância? Na verdade, parecia evidente que Robert Downey Jr., que é o mais experiente entre eles, e o protagonista dos filmes com maior bilheteria entre eles, roubaria a cena com seu Tony Stark.

Pois Joss Whedon, o verdadeiro super-herói aqui, conseguiu. O brilhante de Os Vingadores é que nenhum herói é colocado em segundo plano, é um filme sobre a equipe, onde cada um tem sua importância, cada um tem sua função, cada um tem seu momento. Em nenhum segundo você pensa “Ah, mas esse filme é do Homem de Ferro com outros heróis”, ou então “Mas o verdadeiro herói é o Capitão América”, esse é um filme sobre os Vingadores, onde os Vingadores são os heróis.

É interessante acompanhar a “escalação do time”, ver a proximidade que os agentes da S.H.I.E.L.D. adquiriram com esses heróis, como parece que já fazem parte do dia-a-dia deles. E mais incrível ainda como resolvem furos que outros diretores tinham feito em filmes anteriores (como o fim de Homem de Ferro 2, onde informam que Tony Stark não estava apto para fazer parte do grupo).

O roteiro do filme é simples, porém muito bem executado. Consegue emendar bem as cenas de ação e humor (às vezes até juntas) e te deixar sem fôlego em alguns momentos (ou até mesmo arrepiado). Consegue falar bem das minúcias da história, desde as motivações de Loki até os conflitos internos da equipe são muito bem executados. Conflitos internos que, por sinal, geram sequências fabulosas. Afinal, você não espera que o “playboy milionário, gênio da tecnologia” fosse se dar bem de cara com o “super-soldado, o homem fora do seu tempo” não é?

Falar das atuações aqui é bobagem. Afinal, todos os envolvidos (ou ao menos a grande maioria) já são conhecidos de outros filmes, e permanecem as mesmas (tanto os pontos altos quanto os baixos). As poucas novidades são Jeremy Renner como Gavião Arqueiro (que já tinha participado do Thor em uns 20 segundos, então nem conta) que executou muito bem o papel (personagem que por sinal muita gente achou que seria subaproveitado e definitivamente NÃO FOI) e Cobie Smulders como a agente Maria Hill que, bem, tem seus momentos, mas não é lá um dos personagens principais da trama.

Minha única reclamação (que é extremamente pessoal) é a falta de alguns clichês clássicos do supergrupo… mas sério isso é o de menos para um filme tão bom.

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CONCLUSÃO:

Poderia passar o resto da minha vida falando como esse filme é bom, como é o filme da minha vida (e acredite, é mesmo), mas não caberia tudo aqui. Sinceramente, é de longe o melhor filme de super-heróis de todos os tempos (até aqui ao menos). Vale ressaltar que, para tirar um maior proveito do filme, é recomendável ter assistido os filmes individuais de cada um dos heróis (Homem de Ferro 1 e 2, O Incrível Hulk, Thor e Capitão América).

Seja você nerd, fã, leitor, cinéfilo ou novato, não importa, o filme é feito pra você. O filme é muito mais do que eu esperava (e acredite, eu esperava muito) e se você viu TODOS os comerciais e TODOS os trailers, é sério, você não viu nada do filme.

A lástima fica em sabermos que uma continuação é algo ainda longe de acontecer… Mas até lá, teremos mais Homem de Ferro, Thor, Capitão América e outros heróis nas telonas. Só uma coisa: Se for assistir o filme, fique pra ver o pós-crédito ok? 😉

Os Vingadores – The Avengers é uma produção da Marvel Studios e distribuído pela Paramont e Walt Disney, com direção de Joss Whedon e chegou aos cinemas nacionais sexta-feira, dia 27 de abril.

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See ya soon ;D

Luiz Otávio A. Gouvêa